quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Nunchi - Habilidade de Perceber Com Profundidade Ambientes e Pessoas

 Você já ouviu falar de "Nunchi"?




🌸 De origem coreana, Nunchi é uma paralinguagem que vai muito além das palavras, significando a habilidade de “ler” o ambiente e intuir o estado emocional das pessoas ao seu redor. Mais do que uma simples percepção, o Nunchi envolve sensibilidade e inteligência social para captar sinais sutis, como mudanças de humor, expressões faciais, tons de voz e até mesmo a energia que circula no espaço.


Praticar o Nunchi não é algo automático; requer desenvolvimento consciente de certas habilidades. Aqui estão algumas delas que podem ajudar você a cultivar esse dom:


  • Olhar generoso: Uma percepção aberta, sem julgamentos imediatos, permite que você enxergue além do superficial.
  • Atenção aos detalhes: Pequenos sinais podem dizer muito mais do que palavras. Esteja atento às nuances do comportamento.
  • Escuta ativa: Ouvir não é apenas captar sons, mas compreender intenções e emoções por trás das palavras.
  • Percepção consciente: Mantenha-se presente no momento, conectando-se profundamente com o ambiente e as pessoas à sua volta.


Mas como essa prática se relaciona com a escrita? 🤔


Quando você incorpora o conceito de Nunchi em seu livro, a narrativa ganha uma nova camada de profundidade emocional. Seus personagens podem se comunicar de forma mais rica, mesmo em silêncio, apenas através de suas ações e reações. Isso cria mais engajamento, pois seus leitores vão sentir que estão “lendo” as entrelinhas, tornando a experiência muito mais imersiva.


Dica para escritores

Experimente inserir essa prática em sua obra. Ao descrever cenas, adicione detalhes que revelem o estado emocional dos personagens sem precisar expor diretamente. O Nunchi pode trazer mais autenticidade às interações e enriquecer o enredo.



Se você é um escritor iniciante e gostaria de explorar mais formas de melhorar sua escrita, eu posso ajudar! Meu nome é Clene Salles, sou Ghost Writer, Escritora, Tradutora e Copydesk, e também ofereço Mentoria Literária para quem deseja começar ou aprimorar seu livro. Vamos dar vida às suas ideias?

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SuperIndicações de outros profissionais (excelentes!) que também ajudam (muito!) para que você publique o seu livro:

Tradução Inglês/Português, Roteiro de HQ

Júlio de Andrade Filho

WhatsApp: +55 11 994032617


Capa, Diagramação, Documentação do livro, Publicação E-book e Impressa 

Sidney Guerra

https://www.sguerra.com.br/sidney-guerra/ 


Leitura Crítica, Edição, Mentoria para autores de não ficção

Laura Bacellar

Laurabacellar@escrevaseulivro.com.br 


terça-feira, 22 de outubro de 2024

Como Escrever Um Livro Sobre Desenvolvimento Pessoal – para escritores iniciantes

 

Guia Detalhado: Como Escrever um Livro de Desenvolvimento Pessoal (para escritores/as iniciantes)




Os nomes atribuídos à categoria de livros sobre Desenvolvimento Pessoal são variados: Autoajuda, Transformação Pessoal, Crescimento Pessoal, Autodesenvolvimento, Autoaperfeiçoamento, Empoderamento Pessoal, Leitura de Apoio, Cura Interior, Superação, Autossuperação, Motivacional, Autoestima, Autoconhecimento, Resiliência... A lista é extensa.


O que destaco aqui é o propósito da sua escrita, seja do livro que você está desenvolvendo ou do que ainda sonha em publicar: oferecer um conteúdo que acolha e inspire as pessoas. Suas palavras podem criar um espaço de apoio, promovendo bem-estar e incentivando a transformação pessoal.


Se você está trabalhando em uma obra de Autoajuda, ou pretende publicar neste segmento, o objetivo aqui é guiá-lo(la) na organização e desenvolvimento do seu livro.


Sem mais lero, lero, vamos em frente!


 



Defina seu Propósito e Público-Alvo:

Este é o ponto de partida, e talvez um dos mais importantes para qualquer livro de Desenvolvimento Pessoal. Ao definir com clareza o problema que você quer abordar e o público que você quer alcançar, você garante que seu livro seja relevante e impactante.


Pense nisto:

Qual o problema que você quer ajudar a resolver?

E em seguida tenha cla-ra-men-te em sua mente (*):

Seja específico(a)!

(*) Ah, desculpe-me a rima um tanto bobinha, vou mudar – "Tenha e mantenha cla-ra-men-te em seus pensamentos e no processo: Seja específico(a)!"


Dica 1 lá logo de início! 

Crie um mapa mental: Visualize a estrutura geral do livro antes de começar a escrever.

Dica 2: Evite “misturanças” em excesso, vá ao ponto e mantenha-se ali. Alguns elementos podem estar interrelacionados, mas não abuse.


Retomando...


Niche dentro do problema (e um pouco ao lado): 

Ao invés de abordar apenas "stress", você pode se concentrar em um tipo específico, como stress na socialização (sim, há inúmeras pessoas que estão sofrendo de stress ao ter que lidar com muitas pessoas durante o dia, semana), stress por desempenho, stress biológico (falta ou excesso de alguns hormônios, vitaminas, etc.) ou stress generalizado.


Causas do problema: 

Explore as raízes do problema. Por exemplo, a falta de motivação pode estar ligada à baixa autoestima, falta de propósito ou procrastinação.


Consequências do problema: 

Mostre como o problema afeta a vida do leitor em diversas áreas, como trabalho, relacionamentos e saúde.


Exemplos de nichos:

Relacionamentos: 

Superar um término, construir relacionamentos saudáveis, comunicação eficaz em casais, equilibrar vida afetiva e profissional, etc.


Carreira: 

Mudar de carreira, lidar com o estresse no trabalho, encontrar um emprego dos sonhos, melhorar a interação no trabalho, ampliar o networking, trabalhar com mais eficácia.


Saúde: 

Alimentação saudável, gestão do estresse, superação de vícios.


Finanças: 

Gestão de dívidas, planejamento financeiro, investimento para o futuro.


Propósito de Melhoria Interior: 

Aumentar a autoestima, desenvolver habilidades de liderança, encontrar o propósito de vida, melhorar a memória, estimular a criatividade, etc.



Quem é seu leitor ideal?

Demografia: 

Idade, gênero, estado civil, localização geográfica. Isso é importante por vários motivos, contudo, os três principais são: a sua escolha sobre o problema-solução-benefício, que linguagem usar (tom de escrita) e depois na divulgação da obra quando estiver concluída.


Aspectos psíquicos e sociais: 

Estilo de vida, valores, crenças, interesses, hobbies, nível de educação, condição social.


Comportamentos: 

Hábitos de leitura, preferências por formatos (livro físico, e-book, audiobook), canais de informação (redes sociais, blogs, podcasts).


Desafios: 

Quais são os maiores desafios que seu leitor enfrenta no momento?


Aspirações: 

O que seu leitor deseja alcançar?


 


Exemplos de públicos-alvo:

Mães solteiras: 

Buscam equilíbrio entre vida pessoal e profissional, lidar com a solidão e criar filhos com valores sólidos e boas referências.


Jovens adultos: 

Querem encontrar seu lugar no mundo, construir uma carreira, estabelecer relacionamentos duradouros, desfrutar mais da vida.


Profissionais de alta performance: 

Buscam aumentar sua produtividade, superar o burnout e alcançar o sucesso profissional.


Pessoas com deficiência: 

Desejam superar desafios, construir uma vida independente, obter reconhecimento social, encontrar significado na vida.


Aposentados ou idosos: 

Indicação de possíveis recursos e atividades para evitar o isolamento social, mudanças no estilo de vida.


Lembre-se: este leque é grande, são apenas exemplos.



Por que essa definição é tão importante?


Conteúdo personalizado: 

Ao conhecer seu público, você pode criar um conteúdo que realmente ressoe com eles.


Marketing direcionado: 

Você pode direcionar suas ações de divulgação para o público certo, aumentando suas chances de alcançar mais pessoas.


Conexão emocional: 

Ao se conectar com os problemas e aspirações do seu leitor, você estabelece uma relação de confiança e cria um livro que realmente irá fazer diferença.


Dicas adicionais:


Crie um perfil detalhado do seu leitor ideal: 

Use ferramentas como personas para visualizar seu leitor.


Faça pesquisas: 

Utilize pesquisas online, visite bibliotecas, faça entrevistas, elabore e movimente as pessoas para responderem enquetes, e/ou crie grupos focais para obter insights sobre seu público.


Seja específico, mas não exclusivo: 

Ao definir seu público, evite ser muito restrito. Por exemplo, no caso de um livro para aposentados e idosos, pense nos familiares, cuidadores e por que não nos vizinhos?


Lembre-se: 

quanto mais claro e específico você for na definição do seu propósito e público-alvo, mais fácil será criar um livro de Desenvolvimento Pessoal que chame a atenção.





Agora vamos "mergulhar" no conteúdo a ser desenvolvido!

Faça uma Pesquisa Aprofundada para desenvolver o texto:

Literatura existente: 

Leia outros livros de autoajuda e correlatos sobre o seu tema.

Um exemplo de pesquisa e livros correlatos?

Voltando ao tema do stress, estes são os assuntos que andam de mãos dadas: trabalho, finanças, desastres naturais, relacionamentos (ou a falta deles), trabalho, abuso psico-religioso ou psico-espiritual; nutrição; descompasso nas amizades; amor próprio oscilante, reconhecimento (ruídos ou a falta dele); etc.


Identifique o que já foi feito e o que falta.

Sabe aquele livro que afirma que é possível despertar o artista interior? O que faltou nele? O que você acrescentaria? O que acredita que não funcionou?


Durante a pesquisa, não se debruce apenas no estresse, veja o que está ao lado e, também, o oposto.

Pesquisas científicas: Consulte estudos e artigos acadêmicos para fundamentar suas afirmações.

Experiências pessoais: Se você tiver vivências relacionadas ao tema, use-as como exemplos e histórias inspiradoras.


Dica: 

Seja autêntico(a). Não se enalteça demais e nem se subestime demais no relato, seja um humano “conversando” com outro humano.



 



Estruture seu Livro

Claro está, antes de escrever e ainda durante o processo da escrita, pesquise (muito!).

Visite bibliotecas e ambientes afins. Nas pesquisas online, certifique-se de que os portais, sites, blogs são confiáveis.


Os primeiros passos e introdução:

Apresente o problema, explique a importância do tema e crie na escrita uma conexão com o leitor. Descreva o problema de forma clara e concisa, utilizando a linguagem do seu público-alvo.

Crie um gancho: Inicie com uma história poderosa, uma estatística impactante ou uma pergunta provocativa que capture a atenção do leitor e o faça se identificar com o problema abordado.



Corpo, conteúdo, miolo: 

Divida o conteúdo em capítulos, abordando diferentes aspectos do problema e oferecendo soluções práticas.

Utilize uma estrutura lógica: Organize os capítulos de forma que as ideias fluam de forma natural e progressiva.

Explique a importância do tema: Mostre como o problema afeta a vida das pessoas e por que é importante buscar uma solução.

Apresente a solução: Dê uma visão geral da jornada que o leitor irá percorrer no livro e quais os benefícios que ele obterá ao final.

Crie expectativas (saudáveis e reais): Deixe claro que o livro oferece ferramentas e estratégias práticas para superar o problema e alcançar os objetivos.

Inclua exemplos e histórias: Use exemplos reais, estudos de caso e histórias inspiradoras para ilustrar os conceitos e tornar o conteúdo mais interessante.

Tente criar no texto sentimentos, empatia e uma real conexão; agradeça ao leitor por estar com você nessa jornada.

Linguagem clara e simples: Evite jargões técnicos e termos complexos. Preste atenção também na coesão e coerência. Lembra da rima bobinha lá no começo desta publicação? Bem, mais uma dica: evite rimas – isso pode distrair o leitor. 

Clichês: São frases, expressões idiomáticas e enredos já muito utilizados que as pessoas já conhecem, portanto, evite. O motivo? O leitor pode se desconectar da leitura.

Progressão: Organize o conteúdo de forma que o leitor avance gradualmente em direção ao objetivo final. Preste atenção no arco narrativo.  Mas tem arco narrativo em livro de autoajuda? A resposta é sim! 

Emoção: Evoque sentimentos como esperança, motivação e empoderamento.

Conexão: Faça com que o leitor se identifique com as suas experiências e se sinta parte de uma comunidade.


Sobre a Estrutura e exemplos:

Jornada do herói: Apresenta o problema como um desafio que o leitor precisa superar, oferecendo um guia passo a passo para alcançar a vitória.


Problema-solução-benefício: Apresenta o problema, oferece soluções e destaca os benefícios que o leitor obterá ao implementar as soluções.


Antes e depois: Contrasta a situação atual do leitor com a situação ideal que ele deseja alcançar, mostrando como o livro pode ajudá-lo a fazer essa transição.


Ao estruturar seu livro de forma clara e organizada, você estará proporcionando ao leitor uma experiência de leitura agradável e enriquecedora.


Importante: 

Se você for citar celebridades, pense e repense várias vezes, porque terá que pedir autorização por escrito da pessoa citada, falar de pessoas famosas sem a devida autorização pode gerar prejuízos legais; ao mencionar as pessoas e suas histórias, sempre é melhor usar nomes fictícios, mudar o nome da cidade, estado, país. A não ser que ela/ele queira de livre e espontânea vontade participar da obra com seu depoimento. Por precaução, faça um documento autorizando publicar a sua história e peça que ela assine. Guarde, porque ele pode ser útil no futuro.


Use diferentes formatos:

isso evita que o leitor sinta-se entediado: Varie os formatos de apresentação do conteúdo, utilizando listas, gráficos, tabelas e citações para tornar a leitura mais dinâmica.

Inclua call to actions: 

Ao final de cada capítulo, incentive o leitor a refletir sobre o conteúdo e a tomar alguma ação específica e/ou insira um resumo. 


Finalização: 

Reforce os principais pontos (mas não exagere) e ofereça exercícios práticos: Incentive o leitor a aplicar os conhecimentos recém-adquiridos no dia a dia através dos exercícios, atividades e questionários incluídos no livro.

Você pode optar por deixar alguns desses itens mencionados para o final do livro, que pode ser, por exemplo, um caderno "especial". 


Em tempo – sobre repetições:

Sei que já é habitual a repetição do conceito dentro do livro, é algo até mais ou menos clássico – o que não deveria ser! Você vai lá e abre o livro e a ideia, propósito ou conceito aparece 179 vezes (risos). Não acredito que isso seja legal... Pense no momento atual e veja quantas coisas mudaram. Nos dias atuais, os conteúdos devem ser mais dinâmicos e pontuais. Evite o máximo que puder de ficar insistindo ou repetindo – isso provoca cansaço e pode desconectar o leitor do livro. Uma coisa é reforçar em âmbitos diferentes, outra coisa é insistir de tal forma que deixe o leitor exausto.



Recursos Adicionais:


Glossário: Se necessário, inclua um glossário com a definição de termos técnicos.

Bibliografia: Liste as fontes consultadas para a elaboração do livro.

Referências: Indique livros, artigos e outros materiais que podem complementar a leitura.

Contato: Forneça suas informações de contato para que o leitor possa entrar em contato caso tenha dúvidas ou queira saber mais sobre seu trabalho.


 


Dicas Extras:

Sobre a organização: Sempre gosto da ideia de fichários e da escrita à mão, no entanto, fique à vontade para fazer do modo que você se sinta confortável com o processo.


Faça revisões constantes: Revise seu texto várias vezes para garantir que a estrutura esteja clara e que o conteúdo seja coeso e consistente, fuja das redundâncias, evite frases e parágrafos longos. 


Peça feedback: 

Compartilhe seu trabalho com outras pessoas e peça suas opiniões.

Ao solicitar uma leitura beta, você poderá obter respostas bem simples, mas que já ajudam muito, por exemplo, tal capítulo falta informação, outro capítulo ficou longo demais, gostei ou não gostei. 

Agora, se você quiser uma ótima leitura crítica – com viés editorial –, recomendo a Laura Bacellar, editora, consultora editorial e mentora de livros de não ficção, abaixo o e-mail de contato:

Laurabacellar@escrevaseulivro.com.br


 

Publique seu Livro:


Site: Escreva Seu Livro (empresa prestadora de serviços: capa, diagramação,  documentação, formatação de e-book, versão impressa, subida do ebook para os principais Marketplaces) 

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Dicas Extras:

Seja paciente: Escrever um livro é um processo que exige tempo e dedicação.

Ao finalizar a sua obra, faça uma pesquisa e envie o seu original para as editoras que tenham em seu catálogo livros de Autoajuda. Ao fazer essa seleção, você evita perda de tempo. 

Marketing: Divulgue seu livro em redes sociais, blogs, grupos online e eventos do seu nicho, converse nas redes sociais com pessoas que estão posicionadas no mesmo setor e pergunte sobre a possibilidade de ser entrevistado/a por ele/ela.

Tradução: Pense se você tem vontade que seu livro seja traduzido. Se a resposta for sim, tenha em conta algo bem importante que eu vou sinalizar agora... Escreva de uma maneira simples, evitando gírias e locuções verbais extremamente características da sua região. Isso porque nem sempre o idioma que irá receber sua obra, terá equivalências.

Caso você queira posteriormente traduzir sua obra, deixo aqui o contato do Júlio de Andrade Filho, jornalista, escritor, tradutor de inglês:

WhatsApp: 11 99403-2617

E-mail: jandradefilho@gmail.com



Olá! Eu sou Clene Salles, Ghost Writer, Escritora, Copydesk e Tradutora; e também ofereço Mentoria Literária para Escritores Iniciantes. Se você deseja aprimorar sua escrita ou começar a dar vida ao seu livro, entre em contato!


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quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Deusas e Deuses da Escrita - dicas para escrita criativa

Deusas e Deuses da Escrita

Dicas de escrita criativa para escritores/as iniciantes







Talvez você já tenha se perguntado:

"Como surgiu a primeira narrativa? Por quê?"

A necessidade de contar histórias é inerente aos seres humanos, uma vez que as narrativas nos ajudam a compreender o mundo e a criar um sentido para nossa existência. 

Desde os primórdios, os seres humanos buscaram explicar os mistérios da vida, do universo e dos fenômenos naturais através de histórias míticas, que também serviam para transmitir regras de convivência e modos de sobreviver. 

Muito antes de a filosofia surgir como um campo de pensamento sistemático, a mitologia já existia como uma forma de organizar a experiência humana, oferecendo explicações sobre o mundo por meio de símbolos e deuses que representavam forças da natureza e aspectos da vida.

A mitologia pode ser considerada uma fase pré-filosófica, pois era uma forma de responder às grandes questões da humanidade, como a origem da vida, os relacionamentos afetivos, o desenvolvimento humano, o sentido da morte e os mistérios do cosmos, antes do surgimento do pensamento racional. 

Os mitos forneciam um mapa para viver, ao descrever não apenas as regras de sobrevivência, mas também os valores socioculturais e as emoções humanas. Eles permitiam que as pessoas, em tempos antigos, compartilhassem uma visão de mundo e encontrassem um propósito coletivo, conectando-se através das histórias e transmitindo-as de geração em geração. Essa tradição narrativa ancestral é, portanto, a base do que hoje conhecemos como literatura, perpetuando a necessidade humana de escrever, contar e ouvir histórias.


E talvez (novamente) você esteja se perguntando:

"Por que o título é 'Deusas e Deuses da Escrita'?"

Dou preferência ao feminino, por um motivo simples: estima-se que 51% da população mundial é composta por mulheres e 49% por homens; e, de forma inegável, 100% de todas as pessoas existentes no Planeta Terra vieram de uma mulher. 

Esse reconhecimento da força criadora feminina reflete também a importância da inspiração, da assimilação da sabedoria e da intuição, que as figuras femininas mitológicas trazem para a escrita. 

As deusas representam a nutrição do ser humano, e do imaginário, o acolhimento das histórias e a força transformadora das palavras. Por isso, dar destaque às "deusas" antes dos "deuses" na escrita é uma forma de homenagear essa potência que origina e nutre a vida e as narrativas. Em seguida, comentarei aqui, logo abaixo, os deuses da escrita :) 



Íris




Íris, na mitologia grega, é a deusa do arco-íris e a mensageira dos deuses, especialmente de Zeus e Hera. Ela transita entre o Olimpo e a Terra, carregando mensagens com a mesma leveza e beleza de um arco-íris, que une céu e terra em uma ponte de cores. Filha de Taumante ("maravilhas") e Electra ("âmbar, mulher radiante"); é casada com Zéfiro, o senhor dos ventos.

Íris simboliza a comunicação clara e inspirada, que conecta mundos diferentes, uma qualidade essencial para a escrita. 

Seu mito nos lembra que a escrita tem o poder de criar pontes entre o autor e o leitor, permitindo que ideias, emoções e visões sejam transmitidas de forma fluida e vibrante, como um arco-íris que atravessa o céu.

Para escritores iniciantes, Íris nos ensina a importância de transmitir a essência de uma história com leveza e clareza. 

Assim como suas mensagens eram entregues de forma rápida e precisa, o escritor deve buscar a simplicidade e a eficácia na linguagem, evitando complicações desnecessárias. 

Um bom exercício é praticar a escrita de pequenos textos, como minicontos, que exigem concisão e foco; ou mesmo crônicas. Além disso, a deusa Íris nos inspira a explorar as diferentes "cores" da linguagem — metáforas, sensações, visões, ponderações, observações, costumes — para que a escrita ganhe vivacidade e seja capaz de encantar o leitor, tal como um arco-íris encanta quem o vê. 



Musas




Na mitologia grega, as nove Musas (que etimologicamente significa "aprender, fixar-se numa ideia artística e é da mesma família de música e museu) são deusas das artes, como música, dança e poesia, dotadas de talentos artísticos excepcionais, beleza e graça. As Musas presidem o pensamento fomentando nos deuses e deusas, e nos humanos, a sabedoria, eloquência, persuasão, história, matemática, astronomia. 

Elas inspiram músicos e escritores a superar desafios criativos e oferecem entretenimento que alivia as preocupações dos deuses e da humanidade. Filhas de Zeus e Mnemosine (a deusa da Memória), nasceram após nove noites consecutivas de união entre eles.

Cada uma das Musas representa simbolicamente um campo artístico específico: Calíope (poesia épica e retórica), Clio (história) – sendo que ela também representa a fama, Erato (canto), Euterpe (poesia lírica), Melpomene (tragédia), Polímnia (hinos), Terpsícore (dança), Tália (comédia) e Urânia (astronomia). Elas são frequentemente retratadas com objetos que simbolizam seus talentos, como a tabuleta de Calíope e a flauta de Euterpe. 

Acima, na imagem (criada por IA) selecionei 4 delas, porque é o nosso foco de interesse na escrita: Calíope: poesia épica, Clio: historiadora; Melpômene: tragédia; Tália: comédia. 

Curiosamente, os pais das Musas são Mnemosine, a personificação da memória, e Zeus (Júpiter), o senhor da fertilidade, dispensador de bens e do poder criador. Isso nos faz refletir: o que seríamos, enquanto humanidade, sem a memória que preserva nossas histórias e a fertilidade que nos permite criar, transformar, evoluir e compartilhar? Uma curiosidade: as Musas, por vezes, fazem parte do cortejo de Afrodite - deusa do amor. E qual o diferencial, a pitada de brilho que devemos concluir? Será possível escrever longe do amor, do coração? 





A Deusa Aranha

Segundo a tradição do povo nativo de pele vermelha da América do Norte, a Aranha (e a divindade que carrega em si) trouxe aos seres humanos a pré-configuração do alfabeto; ela usou os ângulos da sua teia para ajudar a humanidade a desenhar as letras/símbolos. Qual o seu objetivo? Doar como herança a arte de aprender a registar memórias e os progressos, porque ela entendeu que os seres humanos estavam a cada dia mais complexos e, para tanto, somente a escrita para perpetuar o conhecimento adquirido. 



Seshat 






Seshat, também conhecida como Sexate ou Seshet, era uma deusa da mitologia egípcia originária da região do Delta do Nilo. Ela era associada à escrita, à astronomia, à arquitetura e à matemática. Alguns especialistas acreditam que ela teria descoberto a escrita. O nome Seshat significa "a que escreve", e ela também era reverenciada com os títulos de "Senhora dos Livros", "A Dona da Casa dos Livros", e "Senhora dos Construtores".

Com seus atributos, ela nos lança a um campo mais vasto sobre a escrita e literatura, nas entrelinhas ela nos ensina que para escrever, é preciso planejar (arquitetura). Para escritores iniciantes, a mensagem desta importante deusa sumeriana é que, embora a criatividade seja essencial, é igualmente importante dominar as técnicas e estruturas da escrita, de modo que a inspiração possa ganhar forma e se expressar de forma clara e duradoura.

Seshat era representada como uma mulher vestida com uma pele de um felino malhado, uma vestimenta tradicionalmente usada pelos sacerdotes nos ritos funerários. Sobre sua cabeça, carregava um objeto apoiado em uma folha, que simboliza provavelmente o papiro — um suporte de escrita muito utilizado na antiguidade e um dos principais produtos de exportação do Egito. Em suas mãos, Seshat segurava um caule de palmeira, os instrumentos essenciais dos escribas em seu trabalho de registrar valores e recursos (animais, cereais, tecidos), bem como conhecimentos e histórias. 





Nisaba

Nisaba, a deusa mesopotâmica da escrita e dos grãos, é uma das divindades sumérias mais antigas registradas na história. ela é filha de Unas (Terra) e de Anu (Céu). Seu culto permaneceu importante ao longo dos períodos da Mesopotâmia, sendo especialmente venerada pelos escribas, que frequentemente encerravam seus textos com a doxologia (fórmula litúrgica de arremate nas grandes orações): "louvor a Nisaba" em sua honra. Possuía um grande prestígio; era escriba das deusas e deuses; guardiã relatos divinos, dos imortais e mortais.

Conhecida por epítetos como "senhora da sabedoria", "professora de grande sabedoria", "supervisora insuperável" e "abridora da boca dos grandes deuses", Nisaba simbolizava não apenas o conhecimento, mas também a arte de transmitir esse saber aos outros. Acreditava-se também que o direito dos escribas de ensinar aos outros sua arte lhes era concedido por ela. 



Hermes




Filho de Zeus (fertilizador, dispensador de bens) e Maia (ilusão), Hermes, na mitologia grega, é o deus da comunicação, das estradas, da eloquência e dos mensageiros. Conhecido por sua astúcia e habilidade de se deslocar rapidamente entre os mundos, Hermes é o mensageiro dos deuses, transitando entre o Olimpo, a terra e o submundo. 

Ele é também considerado o patrono dos escritores, oradores, comerciantes e até dos ladrões, pela sua versatilidade e capacidade de adaptação. A figura de Hermes carrega o poder das palavras e da troca de informações, capacidade de negociação; articulação; lucidez; e persuasão. 



Mercúrio


 

Mercúrio é a versão romana de Hermes e, provavelmente, Hermes deve ter sido sincretizado (e importado) do inesquecível Deus Thot: deus da sabedoria; inventor do hieróglifos; senhor da magia, sabedor do conhecimento oculto, esoterismo; aquele que sabe medir o tempo (real, das estações do ano, e do tempo imaginário); intermediário (também) entre os humanos e os deuses; escritor dos deuses. 

Thoth parece ser uma divindade mais séria, sóbria; enquanto que Hermes e Mercúrio são mais joviais – se preciso for para salvar sua pele ou tirar alguma vantagem, irão blefar, mentirão; serão embusteiros, fofoqueiros, falsos, dissimulados. 



Thot





Thoth é uma divindade egípcia associada à sabedoria, à escrita e ao conhecimento. Representado com a cabeça de íbis ou de babuíno; ele era considerado o escriba dos deuses e o inventor dos hieróglifos, o sistema de escrita sagrada do antigo Egito. Como patrono dos escribas, Thoth era visto como o guardião dos textos sagrados e do conhecimento oculto, atribuindo a ele o poder de transformar ideias em símbolos e registrar a história e os rituais que conectavam os humanos ao divino.

A escrita, sob a tutela de Thoth, não era apenas uma ferramenta de comunicação, mas um meio de manifestar a ordem cósmica e o equilíbrio universal, conhecido como Maat – que inclusive, a Deusa Maat é sua esposa. 

Ele era acreditado como o responsável por registrar o julgamento das almas no submundo, anotando os feitos de cada indivíduo durante a pesagem do coração. Assim, a escrita tinha um papel místico, conectando os registros materiais ao mundo espiritual. 

Através de Thoth, a linguagem escrita se tornava um portal para o entendimento das verdades do universo e dos mistérios da criação.



Ganesha





Ganesha, uma das divindades mais adoradas do hinduísmo, é amplamente reconhecido como o deus da sabedoria, da inteligência e da remoção de obstáculos. Ele é frequentemente invocado no início de novos empreendimentos, incluindo a escrita, devido ao seu papel como facilitador do conhecimento e da clareza mental. 

O enredo de Ganesha é grande, por isso vou me concentrar aqui, no momento da sua história mítica em que arrancou de si mesmo uma das presas – que tem relação direta com a escrita. 

Por que Ganesha tem uma de suas presas quebrada? 


Simboliza inicialmente sua habilidade de superar ou "quebrar" as ilusões da dualidade. Porém, existem muitos outros sentidos que têm sido associados a este símbolo.

"Um elefante normalmente tem duas presas. A mente também frequentemente propõe duas alternativas: o bom e o mau, o excelente e o expediente, fato e fantasia. A cabeça de elefante do Senhor Ganesha porém tem apenas uma presa por isso ele é chamado "Ekadanta, " que significa "(aquele de) Presa única", para lembrar a todos que é necessário possuir determinação mental".
(Sathya Sai Baba)


Ganesha o escrivão


Na primeira parte do poema épico Mahabharata, está escrito que o sábio Vyāsa pediu para Ganesha que transcrevesse o poema enquanto ele ditava. 

Ganesha concordou, mas somente na condição de que o sábio Vyāsa recitasse o poema sem interrupções ou pausas.

O sábio, por sua vez, colocou a condição que Ganesha não teria somente que escrever, mas também entender tudo o que ele escutasse antes de escrever. Dessa forma, Vyāsa se recuperaria um pouco de seu falatório cansativo ao simplesmente recitando um verso bem difícil que Ganesha não conseguisse entender rapidamente. No corre-corre de escrever, a caneta de Ganesha se quebrou. Então ele quebrou uma de suas presas e a usou como caneta, só assim a transcrição pôde prosseguir sem interrupções, permitindo a ele manter sua palavra.







Há tanto o que aprender, repensar, interpretar sobre a Mitologia e a Escrita... 

Certamente, existem mais deusas e deuses da escrita, mas não explorei tudo por aqui. Se o fizesse, isso se tornaria um pequeno livro online – e, além disso, quem teria paciência para ler uma publicação enorme?

Em resumo: as deusas e deuses nos oferecem um rico simbolismo que nos orienta na hora de escrever. Sempre penso neles e nelas no momento em que preciso escrever. Sim, a escrita é uma "ponte" entre nossa mente criativa e o computador/papel; é preciso ter eloquência, percepção apurada. Íris nos ensina sobre o encanto; Seshat, sobre o propósito; Thot, sobre a medida; e devemos estar além dos julgamentos e preconceitos. 

São referências muito nítidas, através de Nebasi, que evidenciam que sempre estamos semeando pensamentos (para nós e para os leitores/as) ao escrever um livro.

As sandálias aladas de Hermes/Mercúrio estão à disposição para viajar para "diferentes mundos", e seu caduceu (duas cobras entrelaçadas) simboliza o controle ou a serenidade, assim como o empoderamento dos opostos. 

Conforme Ganesha nos mostra, não há muitas soluções prontas; precisamos encontrar recursos dentro de nós mesmos e, a partir de nós, escrever. 

Adaptáveis como são, tanto as deusas quanto os deuses nos enviam uma mensagem clara: na escrita, seja flexível.

E quem dirá que a escrita é diferente disso tudo?







Olá! Eu sou Clene Salles, Ghost Writer, Copydesk e Tradutora, e ofereço Mentoria Literária para Escritores Iniciantes. Se você deseja aprimorar sua escrita ou começar a dar vida ao seu livro, entre em contato!


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Fontes:

https://en.wikipedia.org/wiki/Nisaba 

https://en.wikipedia.org/wiki/Thoth

Junito Brandão, Mitologia grega, Volumes I, II, e III

Dicionário dos Símbolos, Alain Gheerbrant, Jean Chevalier 

Imagens geradas por IA: Night Cafe





sábado, 12 de outubro de 2024

Os Sonhos Podem Nos Tirar da Letargia


"Nem sempre os nossos sonhos determinam aonde queremos chegar... No entanto, eles (os sonhos) têm algo de força suficiente para nos desagregar do estado de letargia."

Parece contraditório, mas não é. 



Nem sempre os nossos sonhos definem com exatidão o destino que desejamos alcançar; muitas vezes, eles não nos dizem exatamente aonde queremos chegar. 

No entanto, possuem em si uma força que alavanca, uma centelha transformadora capaz de nos tirar do lugar onde estamos. 

Os sonhos - apesar de constituir em si, de trazerem a ideia do devaneio -, por outro lado, mesmo que de forma subliminar, têm o poder de nos sacudir, rompendo a paralisia e nos libertando da letargia improdutiva que, por vezes, nos aprisiona.

Ainda que eles (os sonhos) não sejam um mapa preciso do futuro, e nem de como chegar onde pressentimos que podemos estar/ser, os sonhos funcionam como um impulso vital, uma energia que nos desestabiliza da zona de conforto, incitando-nos a agir e buscar movimento. 

Eles podem não nos levar diretamente ao lugar que imaginamos, mas são capazes de nos despertar, de quebrar as amarras da inércia e nos abrir para novas possibilidades de escolhas de caminho, pode dar luz a uma nova trajetória.

Essa força, que reside nos sonhos, é o que nos faz romper o estado de estagnação e nos coloca em movimento, muitas vezes em direção a algo maior do que inicialmente imaginávamos.



Olá! Eu sou Clene Salles, Ghost Writer, Copydesk e Tradutora, e ofereço Mentoria Literária para Escritores Iniciantes. Se você deseja aprimorar sua escrita ou começar a dar vida ao seu livro, entre em contato!

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quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Gêneros Literários - para escritores iniciantes

Entenda as bases da criação literária – os fundamentos para sua jornada de escrita criativa




Gêneros Literários – explicação para escritores iniciantes

Textos Narrativos (Romance, Conto, Crônica, Fábula, Parábola, Lenda)
A narração é um dos gêneros literários mais conhecidos e apreciados, abrangendo uma variedade de formas que cativam leitores ao longo do tempo. Entre suas principais variantes, encontramos o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula, a parábola e a lenda. Cada uma dessas categorias possui características únicas que enriquecem a experiência narrativa.

O principal objetivo do texto narrativo é contar uma história, um fato que pode ser real ou imaginário. Essa narrativa não apenas relata eventos; ela busca proporcionar ao leitor uma experiência rica em informação, aprendizado ou entretenimento. A narração, portanto, tem sempre um receptor em mente, convidando-o a mergulhar em universos distintos, refletir sobre situações e, muitas vezes, se conectar emocionalmente com os personagens e suas vivências. 

Seja por meio de personagens cativantes, enredos envolventes, conflitos, obstáculos inimagináveis, problemas, confusões ou lições valiosas, a narração tem o poder de tocar a vida das pessoas, fazendo com que se sintam parte das histórias contadas. Ao explorar as diferentes variantes da narração, somos lembrados de que cada história tem seu próprio ritmo e tom, mas todas têm em comum a capacidade de nos transportar para novas realidades e nos fazer refletir sobre nossa própria existência.




Quais as diferenças básicas entre esses tipos de narração?

Conto, Crônica, Fábula, Parábola, Lenda e Romance: Diferentes Formas de Narrativa


Conto: O conto é uma narrativa curta, caracterizada por um tempo reduzido e por um número limitado de personagens que existem em função de um núcleo central. Geralmente, ele relata uma situação que pode ocorrer na vida das personagens, embora não seja comum a todos. Essa forma narrativa pode ter um caráter real ou fantástico, e o tempo pode ser abordado de maneira cronológica ou psicológica. Um exemplo notável é “O homem que sabia javanês”, de Lima Barreto; "A vez de Outubro", por Neil Gaiman; "Missa do Galo", por Machado de Assis. 

Crônica: Muitas vezes confundida com o conto, a crônica se distingue por sua abordagem dos fatos do dia a dia, relatando o cotidiano das pessoas e situações que presenciamos, frequentemente prevendo o desenrolar dos eventos. Este gênero se utiliza da ironia e, em alguns casos, do sarcasmo. As crônicas têm uma duração curta, geralmente de minutos ou horas. Um renomado cronista é Rubem Braga.

Fábula: Semelhante ao conto em extensão e estrutura, a fábula se destaca principalmente pelo seu objetivo educativo, buscando transmitir uma lição ou moral. As personagens são geralmente animais que representam comportamentos humanos. Um exemplo clássico é “A lebre e a tartaruga”, de Esopo.

Parábola: A parábola pode ser vista como a versão da fábula com personagens humanas, mantendo o mesmo propósito de ensinar. Utilizando situações cotidianas, as parábolas comunicam valores e lições. Um exemplo famoso é “O Filho Pródigo”, presente na Bíblia.

Lenda: A lenda é uma narrativa fictícia que aborda personagens ou lugares reais, entrelaçando realidade e fantasia. Essas histórias são frequentemente transmitidas por meio da oralidade, ganhando notoriedade antes de serem registradas por escrito. Um exemplo conhecido é a lenda do Curupira.

Romance: O romance, por sua vez, é uma narrativa longa que apresenta um núcleo central, mas se desdobra em múltiplas tramas que se entrelaçam ao longo do enredo. Com um grande número de personagens, o romance permite uma exploração profunda das relações humanas e dos conflitos internos. A ação é rica e variada, e a obra pode ter um caráter realista ou fantástico. Entre os elementos que compõem um romance, destacam-se a ação, o lugar, o tempo (que pode ser cronológico ou psicológico), as personagens (que podem ser planas ou redondas), a trama e o ponto de vista narrativo. Um exemplo emblemático de romance é “Dom Casmurro”, de Machado de Assis.

Cada um desses gêneros literários oferece uma rica diversidade de narrativas, permitindo aos leitores explorar diferentes aspectos da condição humana, da moralidade e da cultura em que estão inseridos.






O Romance: Estruturas e Subtópicos


O romance é um tipo de texto que, embora possua um núcleo principal, pode ter mais de um conflito, se desdobra em várias outras tramas que se entrelaçam enquanto a narrativa avança. É uma forma extensa de literatura, tanto pela quantidade de acontecimentos que narra quanto pelo tempo em que se desenrola seu enredo.

A estrutura do romance pode ser dividida em vários elementos fundamentais:


Ação: Refere-se à série de eventos que se combinam para formar o enredo da obra. É o coração pulsante da narrativa, que mantém o leitor engajado.

Lugar: São os espaços físicos onde a ação se desenrola. O ambiente pode influenciar diretamente o desenvolvimento da trama e a vida das personagens.

Tempo: Diz respeito ao “quando” da ação, incluindo as datas dos acontecimentos e a duração dos eventos narrados. O tempo pode ser visto de duas maneiras:

Tempo cronológico: Neste caso, a narrativa respeita o tempo físico, ou seja, a sequência de segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses e anos. Assim, a ação transcorre de maneira regular e lógica.

Tempo psicológico: Aqui, o foco está no interior das personagens, em suas mentes. Este tempo mental permite que presente, passado e futuro se inter-relacionem de maneiras complexas, às vezes até se anulando.







Personagens: São os agentes da ação. Elas podem ser classificadas em:

Personagem plana, superficial, estereotipada: Comum e previsível, apresentando características limitadas; 

Personagem complexa, profunda, multidimensional: É capaz de surpreender o leitor com suas nuances e desenvolvimento.

Trama: Refere-se à história narrada, ao enredo que se desenrola ao longo do texto.

Ponto de vista: Indica o foco narrativo, ou seja, a perspectiva a partir da qual a história é contada. Existem diferentes tipos:

Narrador personagem (primeira pessoa): Participa da história, oferecendo uma visão pessoal e subjetiva dos eventos.

Narrador observador (terceira pessoa): Relata apenas o que observa, mantendo uma certa distância dos personagens.

Narrador onisciente ou onipresente (terceira pessoa): Tem total conhecimento dos fatos e das emoções das personagens, proporcionando uma visão abrangente da narrativa.

O romance, como forma narrativa, abriga uma diversidade de subgêneros, cada um com suas particularidades. A seguir, vamos explorar os principais subtópicos que compõem este gênero fascinante.






1. Romance Clássico

São enredos românticos e idealizados, ambientados em épocas passadas. Exemplos: "E o vento levou" de  Margaret Mitchell  e “Romeu e Julieta” de William Shakespeare, "Dom Quixote" de Miguel de Cervantes. 

2. Romance Contemporâneo

Ele retrata relações amorosas atuais e problemas do mundo moderno. Exemplo “O Amor nos Tempos do Cólera” de Gabriel García Márquez.

3. Romance de Época

Por definição, ele se passa em determinado período histórico e costuma envolver personagens aristocráticos. Como “Orgulho e Preconceito”, Jane Austen.

4. Romance Paranormal

Ele mistura elementos sobrenaturais com romance, como vampiros e lobisomens. Exemplo: “Crepúsculo” de Stephenie Meyer.

5. Romance de Aventura

O romance de aventura combina elementos de romance com ação e emoção. Exemplos: “Jurassic Park” de Michael Crichton e “O Conde de Monte Cristo” de Alexandre Dumas.

6. Romance Histórico

Ele se passa em períodos históricos reais e busca retratar com precisão a época. Exemplos: “A Sombra do Vento” de Carlos Ruiz Zafón e “O Pianista” de Władysław Szpilman.





7. Romantasia

Romantasia é um termo que combina elementos do romance e da fantasia. Ele se refere a obras de ficção que mesclam características típicas dos romances, como desenvolvimento de personagens, enredos complexos e temas emocionais, com os elementos da fantasia, que podem incluir mundos imaginários, criaturas mágicas, e eventos sobrenaturais.

Em uma romantasia, o foco frequentemente está nas relações interpessoais e na evolução dos personagens em um contexto fantástico. Esse gênero permite que os autores explorem questões humanas profundas e dilemas emocionais, ao mesmo tempo em que criam cenários e situações que desafiam as leis da realidade, proporcionando uma experiência de leitura rica e envolvente.

Um exemplo famoso de romantasia é a série "Coração de Tinta" de Cornelia Funke, onde personagens de um livro ganham vida e interagem com o mundo real.

8. Romance Jovem Adulto: Protagonizado por personagens adolescentes, lidando com questões típicas da juventude. Exemplo: “A Culpa é das Estrelas”, de John Green.


9. Romance de ficção científica
Ele combina elementos de ciência e tecnologia avançada, criando mundos e realidades alternativas. Um exemplo famoso é “Duna” de Frank Herbert.

10. Romance policial

Os romances policiais envolvem mistérios, investigações e crimes a serem solucionados. Talvez seja a mais popular entre suas variantes. O romance policial tem alguns elementos clássicos encontrados em todas as narrativas:

um crime (roubo ou assassinato, por exemplo);
o mistério em torno da identidade do criminoso;
um detetive (ou personagem que decide fazer a investigação);
pistas e descobertas no decorrer da obra;
a revelação, ao final da história, da autoria e do motivo do crime."

A autora mais conhecida é Agatha Christie.

11. Romance de terror

Este tipo de romance explora o medo, o sobrenatural e o suspense. Um exemplo popular é “Drácula” de Bram Stoker.

12. Romance de mistério

Os romances de mistério envolvem enigmas e segredos a serem desvendados. Um exemplo é “O Código Da Vinci” de Dan Brown. Ou “O Nome da Rosa”, de Umberto Eco







13. Romance autobiográfico

Os romances autobiográficos são aqueles que revelam informações sobre a vida do autor. O escritor inclui elementos de sua vida e os mistura com o enredo do romance. 

Embora esse tipo de romance e a autobiografia tratem da vida do autor, a autobiografia é um relato factual e cronológico dos eventos da vida, enquanto o romance autobiográfico permite uma abordagem mais livre e artística. Na autobiografia, o foco está na precisão dos fatos e na linearidade da narrativa. Por outro lado, o romance autobiográfico pode distorcer a linha do tempo, criar personagens fictícios inspirados em pessoas reais e explorar temas universais, como amor, perda e identidade, de maneira mais poética e subjetiva.

Um exemplo desse gênero é “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis. Ele narra a vida de Brás Cubas, um defunto que conta sua história de forma irônica e crítica, abordando temas como a hipocrisia da sociedade.  


14. Romance Autoficção: A autoficção é um gênero literário que mescla elementos autobiográficos e ficcionais, permitindo que o autor explore sua própria vida e experiências de maneira criativa. Nesse tipo de narrativa, o escritor utiliza sua própria identidade e vivências como base, mas reinterpreta e transforma esses fatos em uma obra de ficção. Isso resulta em um texto que pode ser tanto um reflexo da realidade quanto uma construção artística, desafiando as fronteiras entre verdade e imaginação. A autoficção permite uma exploração profunda da subjetividade do autor, trazendo à tona questões como memória, identidade e a natureza da narrativa, enquanto proporciona ao leitor uma experiência íntima e reflexiva. 



15. Romance Espírita: O romance espírita é um gênero literário que integra a narrativa ficcional com os princípios do espiritismo, explorando temas como reencarnação, evolução espiritual, vida após a morte e a influência dos espíritos na vida humana. Essas obras geralmente buscam não apenas entreter, mas também educar o leitor sobre as leis espirituais e morais que regem a existência, proporcionando reflexões profundas sobre a vida, a morte e as relações interpessoais. Autores como Chico Xavier, através de obras como "Nosso Lar", e André Luiz, são representantes notáveis desse gênero, que utiliza a ficção para abordar questões espirituais e filosóficas, incentivando uma compreensão mais ampla da vida e do propósito humano. O romance espírita, portanto, serve como um meio de disseminar ensinamentos espirituais de maneira acessível e envolvente, convidando os leitores a refletir sobre sua própria jornada espiritual.



16. Romance de Autoajuda ou Ficção de Cura: O romance de autoajuda é um gênero literário que combina elementos de ficção com lições e ensinamentos práticos voltados para o desenvolvimento pessoal e emocional do leitor. Essas obras costumam contar histórias envolventes, nas quais os personagens enfrentam desafios, superam dificuldades e realizam transformações em suas vidas, transmitindo mensagens de motivação, autoconhecimento e resiliência. Autores como Paulo Coelho e Elizabeth Gilbert são conhecidos por incorporar princípios de autoajuda em suas narrativas, proporcionando reflexões sobre temas como amor, propósito de vida e superação de adversidades. O romance de autoajuda, assim, não apenas entretém, mas também oferece ferramentas e inspirações para que os leitores possam aplicar em suas próprias vidas, incentivando um caminho de autodescoberta e crescimento pessoal.



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