Entenda as bases da criação literária – os fundamentos para sua jornada de escrita criativa
Gêneros Literários – explicação para escritores iniciantes
Textos Narrativos (Romance, Conto, Crônica, Fábula, Parábola, Lenda)
A narração é um dos gêneros literários mais conhecidos e apreciados, abrangendo uma variedade de formas que cativam leitores ao longo do tempo. Entre suas principais variantes, encontramos o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula, a parábola e a lenda. Cada uma dessas categorias possui características únicas que enriquecem a experiência narrativa.
O principal objetivo do texto narrativo é contar uma história, um fato que pode ser real ou imaginário. Essa narrativa não apenas relata eventos; ela busca proporcionar ao leitor uma experiência rica em informação, aprendizado ou entretenimento. A narração, portanto, tem sempre um receptor em mente, convidando-o a mergulhar em universos distintos, refletir sobre situações e, muitas vezes, se conectar emocionalmente com os personagens e suas vivências.
Seja por meio de personagens cativantes, enredos envolventes, conflitos, obstáculos inimagináveis, problemas, confusões ou lições valiosas, a narração tem o poder de tocar a vida das pessoas, fazendo com que se sintam parte das histórias contadas. Ao explorar as diferentes variantes da narração, somos lembrados de que cada história tem seu próprio ritmo e tom, mas todas têm em comum a capacidade de nos transportar para novas realidades e nos fazer refletir sobre nossa própria existência.
Quais as diferenças básicas entre esses tipos de narração?
Conto, Crônica, Fábula, Parábola, Lenda e Romance: Diferentes Formas de Narrativa
Conto: O conto é uma narrativa curta, caracterizada por um tempo reduzido e por um número limitado de personagens que existem em função de um núcleo central. Geralmente, ele relata uma situação que pode ocorrer na vida das personagens, embora não seja comum a todos. Essa forma narrativa pode ter um caráter real ou fantástico, e o tempo pode ser abordado de maneira cronológica ou psicológica. Um exemplo notável é “O homem que sabia javanês”, de Lima Barreto; "A vez de Outubro", por Neil Gaiman; "Missa do Galo", por Machado de Assis.
Crônica: Muitas vezes confundida com o conto, a crônica se distingue por sua abordagem dos fatos do dia a dia, relatando o cotidiano das pessoas e situações que presenciamos, frequentemente prevendo o desenrolar dos eventos. Este gênero se utiliza da ironia e, em alguns casos, do sarcasmo. As crônicas têm uma duração curta, geralmente de minutos ou horas. Um renomado cronista é Rubem Braga.
Fábula: Semelhante ao conto em extensão e estrutura, a fábula se destaca principalmente pelo seu objetivo educativo, buscando transmitir uma lição ou moral. As personagens são geralmente animais que representam comportamentos humanos. Um exemplo clássico é “A lebre e a tartaruga”, de Esopo.
Parábola: A parábola pode ser vista como a versão da fábula com personagens humanas, mantendo o mesmo propósito de ensinar. Utilizando situações cotidianas, as parábolas comunicam valores e lições. Um exemplo famoso é “O Filho Pródigo”, presente na Bíblia.
Lenda: A lenda é uma narrativa fictícia que aborda personagens ou lugares reais, entrelaçando realidade e fantasia. Essas histórias são frequentemente transmitidas por meio da oralidade, ganhando notoriedade antes de serem registradas por escrito. Um exemplo conhecido é a lenda do Curupira.
Romance: O romance, por sua vez, é uma narrativa longa que apresenta um núcleo central, mas se desdobra em múltiplas tramas que se entrelaçam ao longo do enredo. Com um grande número de personagens, o romance permite uma exploração profunda das relações humanas e dos conflitos internos. A ação é rica e variada, e a obra pode ter um caráter realista ou fantástico. Entre os elementos que compõem um romance, destacam-se a ação, o lugar, o tempo (que pode ser cronológico ou psicológico), as personagens (que podem ser planas ou redondas), a trama e o ponto de vista narrativo. Um exemplo emblemático de romance é “Dom Casmurro”, de Machado de Assis.
Cada um desses gêneros literários oferece uma rica diversidade de narrativas, permitindo aos leitores explorar diferentes aspectos da condição humana, da moralidade e da cultura em que estão inseridos.
O Romance: Estruturas e Subtópicos
O romance é um tipo de texto que, embora possua um núcleo principal, pode ter mais de um conflito, se desdobra em várias outras tramas que se entrelaçam enquanto a narrativa avança. É uma forma extensa de literatura, tanto pela quantidade de acontecimentos que narra quanto pelo tempo em que se desenrola seu enredo.
A estrutura do romance pode ser dividida em vários elementos fundamentais:
Ação: Refere-se à série de eventos que se combinam para formar o enredo da obra. É o coração pulsante da narrativa, que mantém o leitor engajado.
Lugar: São os espaços físicos onde a ação se desenrola. O ambiente pode influenciar diretamente o desenvolvimento da trama e a vida das personagens.
Tempo: Diz respeito ao “quando” da ação, incluindo as datas dos acontecimentos e a duração dos eventos narrados. O tempo pode ser visto de duas maneiras:
Tempo cronológico: Neste caso, a narrativa respeita o tempo físico, ou seja, a sequência de segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses e anos. Assim, a ação transcorre de maneira regular e lógica.
Tempo psicológico: Aqui, o foco está no interior das personagens, em suas mentes. Este tempo mental permite que presente, passado e futuro se inter-relacionem de maneiras complexas, às vezes até se anulando.
Personagens: São os agentes da ação. Elas podem ser classificadas em:
Personagem plana, superficial, estereotipada: Comum e previsível, apresentando características limitadas;
Personagem complexa, profunda, multidimensional: É capaz de surpreender o leitor com suas nuances e desenvolvimento.
Trama: Refere-se à história narrada, ao enredo que se desenrola ao longo do texto.
Ponto de vista: Indica o foco narrativo, ou seja, a perspectiva a partir da qual a história é contada. Existem diferentes tipos:
Narrador personagem (primeira pessoa): Participa da história, oferecendo uma visão pessoal e subjetiva dos eventos.
Narrador observador (terceira pessoa): Relata apenas o que observa, mantendo uma certa distância dos personagens.
Narrador onisciente ou onipresente (terceira pessoa): Tem total conhecimento dos fatos e das emoções das personagens, proporcionando uma visão abrangente da narrativa.
O romance, como forma narrativa, abriga uma diversidade de subgêneros, cada um com suas particularidades. A seguir, vamos explorar os principais subtópicos que compõem este gênero fascinante.
1. Romance Clássico
São enredos românticos e idealizados, ambientados em épocas passadas. Exemplos: "E o vento levou" de Margaret Mitchell e “Romeu e Julieta” de William Shakespeare, "Dom Quixote" de Miguel de Cervantes.
2. Romance Contemporâneo
Ele retrata relações amorosas atuais e problemas do mundo moderno. Exemplo “O Amor nos Tempos do Cólera” de Gabriel García Márquez.
3. Romance de Época
Por definição, ele se passa em determinado período histórico e costuma envolver personagens aristocráticos. Como “Orgulho e Preconceito”, Jane Austen.
4. Romance Paranormal
Ele mistura elementos sobrenaturais com romance, como vampiros e lobisomens. Exemplo: “Crepúsculo” de Stephenie Meyer.
5. Romance de Aventura
O romance de aventura combina elementos de romance com ação e emoção. Exemplos: “Jurassic Park” de Michael Crichton e “O Conde de Monte Cristo” de Alexandre Dumas.
6. Romance Histórico
Ele se passa em períodos históricos reais e busca retratar com precisão a época. Exemplos: “A Sombra do Vento” de Carlos Ruiz Zafón e “O Pianista” de Władysław Szpilman.
7. Romantasia
Romantasia é um termo que combina elementos do romance e da fantasia. Ele se refere a obras de ficção que mesclam características típicas dos romances, como desenvolvimento de personagens, enredos complexos e temas emocionais, com os elementos da fantasia, que podem incluir mundos imaginários, criaturas mágicas, e eventos sobrenaturais.
Em uma romantasia, o foco frequentemente está nas relações interpessoais e na evolução dos personagens em um contexto fantástico. Esse gênero permite que os autores explorem questões humanas profundas e dilemas emocionais, ao mesmo tempo em que criam cenários e situações que desafiam as leis da realidade, proporcionando uma experiência de leitura rica e envolvente.
Um exemplo famoso de romantasia é a série "Coração de Tinta" de Cornelia Funke, onde personagens de um livro ganham vida e interagem com o mundo real.
8. Romance Jovem Adulto: Protagonizado por personagens adolescentes, lidando com questões típicas da juventude. Exemplo: “A Culpa é das Estrelas”, de John Green.
9. Romance de ficção científica
Ele combina elementos de ciência e tecnologia avançada, criando mundos e realidades alternativas. Um exemplo famoso é “Duna” de Frank Herbert.
10. Romance policial
Os romances policiais envolvem mistérios, investigações e crimes a serem solucionados. Talvez seja a mais popular entre suas variantes. O romance policial tem alguns elementos clássicos encontrados em todas as narrativas:
• um crime (roubo ou assassinato, por exemplo);
• o mistério em torno da identidade do criminoso;
• um detetive (ou personagem que decide fazer a investigação);
• pistas e descobertas no decorrer da obra;
• a revelação, ao final da história, da autoria e do motivo do crime."
A autora mais conhecida é Agatha Christie.
11. Romance de terror
Este tipo de romance explora o medo, o sobrenatural e o suspense. Um exemplo popular é “Drácula” de Bram Stoker.
12. Romance de mistério
Os romances de mistério envolvem enigmas e segredos a serem desvendados. Um exemplo é “O Código Da Vinci” de Dan Brown. Ou “O Nome da Rosa”, de Umberto Eco
13. Romance autobiográfico
Os romances autobiográficos são aqueles que revelam informações sobre a vida do autor. O escritor inclui elementos de sua vida e os mistura com o enredo do romance.
Embora esse tipo de romance e a autobiografia tratem da vida do autor, a autobiografia é um relato factual e cronológico dos eventos da vida, enquanto o romance autobiográfico permite uma abordagem mais livre e artística. Na autobiografia, o foco está na precisão dos fatos e na linearidade da narrativa. Por outro lado, o romance autobiográfico pode distorcer a linha do tempo, criar personagens fictícios inspirados em pessoas reais e explorar temas universais, como amor, perda e identidade, de maneira mais poética e subjetiva.
Um exemplo desse gênero é “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis. Ele narra a vida de Brás Cubas, um defunto que conta sua história de forma irônica e crítica, abordando temas como a hipocrisia da sociedade.
14. Romance Autoficção: A autoficção é um gênero literário que mescla elementos autobiográficos e ficcionais, permitindo que o autor explore sua própria vida e experiências de maneira criativa. Nesse tipo de narrativa, o escritor utiliza sua própria identidade e vivências como base, mas reinterpreta e transforma esses fatos em uma obra de ficção. Isso resulta em um texto que pode ser tanto um reflexo da realidade quanto uma construção artística, desafiando as fronteiras entre verdade e imaginação. A autoficção permite uma exploração profunda da subjetividade do autor, trazendo à tona questões como memória, identidade e a natureza da narrativa, enquanto proporciona ao leitor uma experiência íntima e reflexiva.
15. Romance Espírita: O romance espírita é um gênero literário que integra a narrativa ficcional com os princípios do espiritismo, explorando temas como reencarnação, evolução espiritual, vida após a morte e a influência dos espíritos na vida humana. Essas obras geralmente buscam não apenas entreter, mas também educar o leitor sobre as leis espirituais e morais que regem a existência, proporcionando reflexões profundas sobre a vida, a morte e as relações interpessoais. Autores como Chico Xavier, através de obras como "Nosso Lar", e André Luiz, são representantes notáveis desse gênero, que utiliza a ficção para abordar questões espirituais e filosóficas, incentivando uma compreensão mais ampla da vida e do propósito humano. O romance espírita, portanto, serve como um meio de disseminar ensinamentos espirituais de maneira acessível e envolvente, convidando os leitores a refletir sobre sua própria jornada espiritual.
16. Romance de Autoajuda ou Ficção de Cura: O romance de autoajuda é um gênero literário que combina elementos de ficção com lições e ensinamentos práticos voltados para o desenvolvimento pessoal e emocional do leitor. Essas obras costumam contar histórias envolventes, nas quais os personagens enfrentam desafios, superam dificuldades e realizam transformações em suas vidas, transmitindo mensagens de motivação, autoconhecimento e resiliência. Autores como Paulo Coelho e Elizabeth Gilbert são conhecidos por incorporar princípios de autoajuda em suas narrativas, proporcionando reflexões sobre temas como amor, propósito de vida e superação de adversidades. O romance de autoajuda, assim, não apenas entretém, mas também oferece ferramentas e inspirações para que os leitores possam aplicar em suas próprias vidas, incentivando um caminho de autodescoberta e crescimento pessoal.
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