sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Arquétipo da Pessoa Comum: como usar esse personagem na sua escrita

 A Força da Pessoa Comum


Entre heróis extraordinários, vilões ameaçadores e mentores cheios de sabedoria, existe um arquétipo que muitas vezes passa despercebido: a Pessoa Comum. Também conhecido como Cara Comum, Vizinho da Porta, Bom Samaritano ou Órfão, ele representa todos nós. Sua força está justamente naquilo que é simples, humano e reconhecível. 



Na narrativa, a Pessoa Comum é o espelho em que o leitor se vê refletido (isso é muito importante). Não precisa de superpoderes nem de feitos grandiosos: seu valor surge do desejo de pertencer, de se conectar e de encontrar sentido nas pequenas coisas.





Origem e sentido do arquétipo

O arquétipo da Pessoa Comum nasce da necessidade universal de pertencimento. Ele expressa a empatia, a humildade e a cooperação. Representa o indivíduo que não busca glória, mas reconhecimento como parte de uma comunidade.

Seus riscos também são claros: pode perder a própria identidade na tentativa de agradar a todos, cair na mediocridade ou aceitar menos do que merece apenas para não se sentir excluído.


Exemplos na literatura e na cultura

  • Charlie Brown, de Peanuts: melancólico, cheio de dúvidas, mas sempre disposto a tentar de novo.

  • Gepeto, de Pinóquio: representa o afeto e a simplicidade de quem oferece suporte e esperança.

  • Em A Sombra do Vento, de Carlos Ruiz Zafón, encontramos um retrato delicado da Pessoa Comum em Daniel Sempere. Filho de um simples livreiro de Barcelona, Daniel não tem aspirações heroicas nem dons extraordinários: é apenas um jovem curioso, apaixonado por livros. Sua jornada ganha força justamente porque nasce do ordinário — de uma vida modesta, cercada de afetos silenciosos. Também o pai, Sr. Sempere, encarna esse arquétipo: trabalhador discreto, presença estável, guia amoroso. Ambos revelam como personagens aparentemente simples podem sustentar narrativas intensas e inesquecíveis, transformando o cotidiano em matéria literária de grande profundidade.

  • Macabéa, em A Hora da Estrela (Clarice Lispector) A representação mais forte e brasileira da Pessoa Comum: invisível, frágil, mas profundamente humana.

  • São também personagens coadjuvantes em romances clássicos e modernos, que funcionam como amigos, parceiros ou consciências do herói, trazendo realismo e apoio emocional.

Esses personagens conquistam não por sua grandiosidade, mas por sua humanidade. Eles lembram que há beleza também na vida cotidiana.


Função narrativa da Pessoa Comum 

A Pessoa Comum é a âncora de realidade. Em meio às aventuras impossíveis, ela traz os pés do leitor de volta ao chão. Sua presença é essencial para criar empatia e verossimilhança. Sem ela, as histórias correm o risco de se tornarem distantes, artificiais.

Esse arquétipo também funciona como uma ponte: se o leitor não se reconhece no herói ou no vilão, ele encontra eco na figura comum, que carrega suas inseguranças, desejos e dilemas cotidianos.


Como escritores podem usar esse arquétipo

Ao criar uma Pessoa Comum:

  • Dê profundidade à simplicidade: mesmo personagens sem grandes feitos podem ter dilemas ricos.

  • Mostre vulnerabilidades reais, como medo de rejeição, busca por aceitação ou dificuldades cotidianas.

  • Evite clichês: o comum não precisa ser sem graça; ele pode ser fascinante justamente por refletir vidas comuns com poesia.


Pergunta para reflexão: Se você fosse escrever uma Pessoa Comum, como ela se manifestaria? Seria um Charlie Brown, sempre tentando, ou um Gepeto, oferecendo apoio silencioso?


Conclusão

O arquétipo da Pessoa Comum nos lembra que a literatura não vive apenas de feitos heroicos ou destinos grandiosos. Vive, sobretudo, daquilo que reconhecemos em nós mesmos.

E talvez seja nesse reconhecimento que comece a verdadeira magia da escrita. 






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