A importância da verossimilhança na escrita
Entre o possível e o poético
A verossimilhança é uma dessas palavras que parecem áridas, mas sustentam o alicerce emocional, afetivo, sutil de toda boa narrativa. É ela que convence o leitor de que algo inventado poderia, de algum modo, existir. Não se trata de verdade literal, mas de coerência simbólica. Mesmo o fantástico precisa obedecer a uma lógica: a lógica do seu próprio universo.
Um dragão pode chorar, desde que o autor tenha preparado o terreno para que o leitor sinta que, naquele mundo, as criaturas míticas também se comovem. Um diálogo pode ser improvável, mas jamais gratuito. A verossimilhança não exige que tudo seja real; exige apenas que tudo faça sentido.
Mitos e verdades sobre verossimilhança
Mito 1: “A verossimilhança limita a imaginação.”
Verdade: Ela é o que permite que a imaginação floresça com consistência. Sem ela, o leitor se perde no caos de ideias soltas. É o fio que mantém a fantasia ancorada ao solo da percepção humana.
Mito 2: “Verossimilhança é o mesmo que verdade.”
Verdade: A verdade pode ser factual; a verossimilhança é perceptiva. Um personagem pode mentir (e ainda assim ser verossímil) se a mentira condiz com quem ele é, com o que viveu e com o tom da história.
Mito 3: “Verossimilhança só importa na ficção realista.”
Verdade: Mesmo o surrealismo, o mito, o sonho ou o delírio têm suas regras internas. Um autor que compreende isso escreve mundos que, por mais estranhos que sejam, se entrelaçam, respiram; criam conexão real com o leitor/a.
Perguntas que todo escritor deveria se fazer
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Isso que escrevi poderia acontecer dentro das leis do meu próprio universo narrativo?
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O comportamento do personagem é coerente com o que ele já demonstrou?
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O leitor compreenderá a emoção por trás da ação? Mesmo que não compreenda o enredo de imediato?
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Há um elo entre o simbólico e o concreto, entre o gesto e o significado?
Essas perguntas não buscam a perfeição, mas o alinhamento entre o que se diz e o que se sustenta.
Paralelos que fazem sentido
Na literatura, o paralelismo é uma espécie de verossimilhança estética. A chuva que cai quando o personagem desaba não é coincidência, é uma analogia espelhada simbólica. O tempo que desacelera num momento de perda é o tempo psicológico, não o do relógio. Ainda falando em tempo, o relógio não anda "nunca" quando o personagem espera a pessoa amada.
Tudo o que possui ritmo, correspondência e proporção comunica. Um texto se torna verossímil quando a forma dialoga com o conteúdo, quando a emoção não é enunciada, mas sugerida; quando o leitor percebe que há uma lógica sutil, mesmo onde o caos impera.
A verossimilhança como pacto de confiança
Escrever é propor um pacto silencioso: “Acredite em mim, por algumas páginas.”
E o leitor, generoso, aceita — desde que o autor cumpra sua parte. O que quebra o encanto não é o improvável, mas o incoerente.
Por isso, o escritor precisa ser ao mesmo tempo arquiteto e poeta: construir a estrutura com precisão e adorná-la com alma. A verossimilhança é o ponto em que o possível e o poético se encontram; o instante em que o imaginário ganha densidade e o leitor suspende a descrença para mergulhar.
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